sexta-feira, 25 de março de 2016

Por Amor

" - Está consumado!" (Lucas 19: 30)

Por Amor

Hoje, é, sem dúvida, um dia muito especial para Cristãos do mundo inteiro.
Contudo, acredito que poucos entendem qual foi, de fato, a maior dor sofrida por Jesus Cristo.
Ele veio ao mundo para cumprir um propósito muito especial e que somente Ele poderia fazê-lo: morrer para dar vida à humanidade. Ele cumpriu a Lei em nosso lugar e morreu, porque  carregou o pecado de todos nós e, por óbvio, o pecado gera a morte. Está escrito e se cumpriu.
Feito da mesma natureza divina, podemos afirmar que somente Ele - ao mesmo tempo homem e ao mesmo tempo Deus - seria capaz de cumprir a Lei em nosso lugar. Que Lei é essa? Em suma, é a Lei do Amor.
Veio ao mundo para nos ensinar que Deus é amor e que toda a Lei se resume em "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo".
Com efeito, não precisamos ser letrados nas Escrituras para sabermos que não há um homem sequer que cumpra esse mandamento em sua integralidade.
Todavia, Jesus, que possui natureza divina, cumpriu a regra de ouro do amor e seu maior sacrifício, lembrado neste dia, foi, por algum momento, separar-se espiritualmente de Deus.
Todo o pecado dos homens estava sobre Ele. A dor física não era nada em relação à dor espiritual.
Talvez, como uma forte depressão ou desânimo sem igual, jamais sentidos por qualquer ser humano, fossem os sintomas dessa separação. Doeu como um objeto cortante capaz de rasgar a alma.
O maior sofrimento do Inferno, seja este como você possa imaginar de acordo com sua crença, seria o distanciamento de Deus. Sem Deus, toda dor que não cessa. Não há remédio. Não há nada que possa fazer o pobre espírito sentir refrigério e/ou paz. Choro e ranger de dentes.
Jesus sentiu essa dor para que pudéssemos ter a chance de não a sentirmos. O que fazer então? Viver a lei do amor, sabendo que a perfeição não é nossa e, desse modo, se errarmos, poderemos nos arrepender e crer no perfeito sacrifício de Cristo.
Deus olha para nosso coração. Se, realmente, estamos comprometidos a viver a Lei do Amor e, assim, termos a Graça da vida eterna em comunhão com Deus.
Se não há perdão, se não há compaixão, se não há arrependimento, se não há temor reverencial, se não há respeito, se não há a intenção de evoluir a cada dia, enfim, se não há amor, não há nada. E, pelas razões já explicitadas, esse nada caminha de mãos dadas com o hades da alma. Sem Deus, é esse nada cheio de dor o destino do espírito que não se importa com a regra de ouro do amor.
Descrever o Inferno é algo que várias crenças tentam com bastante criatividade. Nesse contexto, é fácil lembrar de um elemento bastante caracterizador, que é o fogo. Se há fogo mesmo, eu não sei. Todavia, parece-me clara a ideia de um "calor" que deixa a alma inquieta, sem sossego, "ardendo" de dor e incômodo sobrenaturais e constantes, como uma "queimação" insuportável.
Poucas pessoas importam-se com a vida espiritual de forma verdadeira. Acabam vivendo um inferno na Terra, munidos de ira, falta de perdão, sentimento de vingança, ódio e outros sentimentos que corroem a alma, causando-lhes uma espécie de "câncer" espiritual.
Jesus nos ensinou que com Ele há paz. Mas, as pessoas não sentem paz. Não deixam a vida e suas leis espirituais lhes fazerem justiça. Atormentam-se em alimentar ódio pelas pessoas a cada dia. Irmãos contra irmãos. Vizinhos contra vizinhos. Parentes contra parentes. Pessoas contra pessoas. Desrespeito aos animais e ao planeta. Homens e mulheres contras eles mesmos.
Somente com a paz de Cristo é possível fazer a gestão emocional de nossos sentimentos. Falta orar e agarrar-se ao sacrifício de Jesus. Orar pelos inimigos e pedir livramento. Orar pelos parentes e pedir proteção. Orar por si mesmo e ter paz.
Ele cumpriu a Lei do Amor em nosso lugar, mas não nos eximiu de cumpri-la. Seremos imperfeitos, mas Ele é perfeito. O que Deus deseja é seu comprometimento e não a sua perfeição. Crer no Filho é o caminho.
Ele nos ensinou a oração do Pai-Nosso, que é a oração mais completa e cheia de significados e ensinamentos.
Inicia, exaltando Deus, em respeito e humildade: Pai-Nosso que estais nos Céus, Santificado seja o Vosso Nome!
Segue, pedindo a Deus o essencial: Venha a nós o Vosso Reino!
Testemunha a fé que devemos ter na solução divina para as circunstâncias de nossa vida: Seja feita a Vossa vontade, assim na Terra como no Céu.
Acrescenta todas as nossas necessidades materiais cotidianas, a fim de que deixemos de lado nossas ansiedades: O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
Ensina que devemos perdoar, porquanto imerecidamente Deus nos perdoa todas as vezes que nos arrependemos: Perdoa as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido.
Como orar o Pai-Nosso afirmando tal frase? Sem perdão, não há perdão. Quem não tem misericórdia, tampouco alcançará misericórdia. Estamos rodeados de pessoas com a alma cheia de "nada" e muitas vezes somos nós que, em vez de nos aproximarmos de Deus, nos afastamos para o "nada" espiritual. Não perdoamos a maldade alheia, mas queremos que Deus e outras pessoas perdoem nossa própria maldade. É preciso sair do jardim da infância espiritual. Crescer em Cristo é difícil, mas não impossível.
Ele sabe das nossas fraquezas e nos ensina a pedir auxílio ao Pai que nos criou, que pode nos proteger de nós mesmos e também da força do maligno: Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal!
Isso tudo porque Dele é o Poder e a Glória para todo o sempre!
Que assim seja!
Se Cristo vive em mim, tenho o compromisso de viver por amor.
Que não só hoje possamos nos lembrar do sacrifício de Cristo e, em agradecimento, tentar com afinco cumprir a Lei do Amor. Não é fácil. Mas, Ele disse que nos daria o Consolador - o Espírito Santo -, de quem tentarei falar em outra oportunidade. Não estamos sozinhos! Graças a Deus!
Karoline Brasil

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